Nas primeiras décadas do século XX, os cidadãos que desejavam tomar banho de sol ou de mar, deveriam ir até a orla vestidos como se estivessem indo à missa de domingo. Quem desejasse aproveitar a praia, precisavam utilizar cabines de banhos que alguns empreendimentos hoteleiros montavam na faixa de areia. Era ali dentro daquelas pequenas cabines de madeira, que os banhistas aproveitaram o seu momento de lazer de forma reservada.
O bisavô dos quiosques – Mas se você achou esquisito o departamento de vestuário praiano, o da gastronomia de final de semana não ficava muito atrás. Em 2009, a Fundação Arquivo e Memória de Santos recebeu, em doação, uma imagem raríssima, que revelava o provável primeiro estabelecimento de lanches da orla da praia de Santos, o “bisavô” dos quiosques.L
De propriedade do empresário José Baltazar Gião, um próspero comerciante de guloseimas, petiscos, bebidas e frutas, o lugar, chamado de “Fructeira Paulista” era uma espécie de trailer, a quem o proprietário chamava de “AutoBar”.
E em seu pequeno estabelecimento à beira mar, Gião, com a ajuda de um funcionário elegantemente trajado, ofertava aos distintos clientes, toda sorte de castanhas, amêndoas, doces da fábrica santista A Leoneza, tremoços portugueses, variados tipos de pães, frutas e bebidas para todos os gostos, incluindo cervejas e refrescos, os preferidos da criançada. O AutoBar de Gião mantinha mesas embutidas na estrutura externa, as quais ele rodeava com práticas cadeiras de madeira dobráveis.
Guloseimas devidamente consumidas, trajes colocados, nada impedia, então e afinal, o santista de sorrir e mostrar o quanto era feliz em sua praia democrática.